quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Não às Drogas!!


Combinamos que aqui eu falaria sério?Não sei!Por isso recorro ao Fernando Veríssimo..ele sim Fala Sério!

Vejamos:

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi:

- Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.Era o princípio de tudo!Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela!Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais . . . Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meuspolegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados
Sorriamos e fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa. Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach.
Bruno (até 5ªf)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Diário de um Gato


Caso você não saiba o que os gatos pensam, dê uma olhada nisto. Acho que você vai gostar ... Eu tenho um gato e sei!


DIA 1º/4 - Meu algoz continua a me torturar com pequenos e bizarros objetos que balançam e fazem estranhos sons. Ele janta lautamente, só comida fresca, enquanto eu sou forçado a comer cereal seco. A única coisa que me mantém vivo é a esperança de conseguir fugir e a gentil satisfação que alcanço ao arruinar uma peça da mobília. Amanhã talvez eu destrua outro vaso de plantas...

DIA 2/4 - Hoje , quase que minha tentativa de matar meu algoz perambulando entre suas pernas enquanto anda foi bem sucedida, preciso tentar quando ele estiver no alto das escadas.Numa tentativa de mostrar minha repulsa por ele, mais uma vez vomitei em sua poltrona favorita, preciso fazer isto na cama dele..

DIA 3/4 - Dormi o dia todo, assim pude deixá-lo desesperado, sem conseguir dormir com meus incessantes miados pedindo por comida, altas horas da noite.

DIA 4/4 - Decapitei um rato e trouxe o corpo decapitado para a cozinha mostrando do que sou capaz e tentando incutir um pouco de medo em seu coração. Ele só balbuciou alguma bobagem sobre que pequeno e bom gato eu sou. Hummm. Isto não está funcionando de acordo com meus planos.

DIA 5/4 - Agora, estou consciente do quanto meu dono,algoz é sádico. Sem razão nenhuma fui escolhido para a tortura da água. Desta vez incluindo uma coisa química melosa e abrasiva que eles chamam de sabão. Que mente doentia pode ter inventado tal coisa? Meu consolo é um pedaço do dedo dele que continua entre meus dentes.

DIA 6/4 - Ele fez uma reunião com os cúmplices. Fiquei preso na solitária durante o evento. Mas pude ouvir o barulho e sentir o cheiro do estranho odor dos tubos de vidro que eles chamam "cerveja". Mais importante, descobri que meu confinamento foi devido ao meu poder de "alergias" . Preciso aprender o que é isto e usar como vantagem.